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O início da caminhada

       Foi exatamente no dia 06 de novembro de 1891, após ter participado de uma missa na Igreja de Santa Maria Anunciata que, ouvindo o repicar dos sinos de despedida, Francisco Pasuch e família, já de malas prontas, partiram de trem e foram até o Porto de Gênova onde o Navio Bastimento os esperava para embarcar às Américas.

            Os imigrantes vindos de toda a região embarcavam no navio com mais de 800 pessoas a bordo, (assim contava a nona Oliva Josefina Deon Pasuch). Foi uma despedida triste e comovente. O navio era movido e vela e máquina a vapor. Até Porto Alegre ou São Sebastião do Caí, a viagem durou 91 dias (não foi possível verificar o local certo onde desembarcaram).

            Na viagem pararam em diversas ilhas. Na ilha da flor, o senhor Francisco Pasuch e sua mulher, conseguiram enterrar uma filha, enquanto o seu irmão Angelo Pasuch e Oliva Josefina Deon Pasuch não tiveram a mesma sorte. Ela escondeu o filho morto com 3 meses de idade (nascido em 03 de setembro de 1891) durante vários dias e, para disfarçar que estava morto, chegava a dar mamadeira para o filho. Quando o capitão do Navio descobriu que a criança estava morta, tirou-a do colo da mãe e jogou-a ao mar. Antes, porém, chamou o Capelão do Batismo para dar a benção.

            A primeira parada na América, como todos diziam, ou melhor, no Brasil, foi no Porto do Rio de Janeiro, onde os agentes do Porto e do Governo de São Paulo os convidaram para permanecer por lá. No Rio de Janeiro desembarcaram mais da metade da tripulação do Navio Bastimento. Porém, toda a Família Pasuch estava determinada a chegar ao Campo dos Bugres (Caxias do Sul) e lá se encontrar com os Michelon (chamados na época de Bisi), como haviam prometido, pois tinha um Michelon que era casado com uma Pasuch. Além disso, a intenção era chegar ao paese novo, onde hoje é Antonio Prado, o qual consideravam um bom local para viver e trabalhar.

            As terras que hoje pertencem a Nova Roma do Sul, em plena mata, em 1809 pertenciam ao município de Santo Antônio, e do outro lado do Rio das Antas, pertenciam ao município de Porto Alegre. A mesma divisa também consta no mapa do Rio Grande do Sul em 1822. Em 22 de outubro de 1850, ficou pertencendo ao município de Vacaria, e em 11 de fevereiro de 1899, passou a pertencer ao município de Antonio Prado e, por último, em 30 de novembro de 1988 criou-se o Município de Nova Roma do Sul.

            O lote Rural de número 47 da Linha Paranaguá foi adquirido pelo senhor Angelo Pasuch e sua esposa Oliva Deon Pasuch, logo que chegaram a Nova Roma. Receberam o título definitivo em 13 de abril de 1908, os quais ficaram com estas terras até o dia 17 de maio de 1935, quando passou para o filho Carlos Pasuch e sua esposa Inês Trecci Pasuch no dia 17 de maio de 1935. O restante das terras foi dividido por herança, mas a sede da propriedade dos Pasuch ficou intacta.  

O senhor Angelo Pasuch adquiriu outras terras como o lote de número 49, cedido gentilmente por ele ao seu primo Domenico Olivo Pasuch que chegou da Itália em 1896, além de outras terras que foram divididas por herança, mas a sede sempre ficou intacta. Em 02 de Agosto de 1957, passou para seu neto, Agostinho Pasuch que conserva a propriedade até hoje. Também foram divididas todas as outras propriedades do senhor Carlos Pasuch, como as três colônias que adquiriu em Bitura do Paraná, em meados de 1940.  

            Na época em que os Pasuch chegaram ao Brasil, o Presidente da República era o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que permaneceu no governo federal, até 23 de novembro de 1891. Depois, quem assumiu o governo foi o Marechal Floriano Peixoto, que permaneceu na presidência de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894. No Estado do Rio Grande do Sul, o governador era o Dr. Júlio Prates de Castilho, que governou o Estado de 15 de julho de 1891 a 12 de novembro de 1991. De 12 de novembro de 1891 a 19 de novembro do mesmo ano, permaneceu a junta governativa do Dr. Joaquim Francisco de Assis Brasil. De 19 de novembro de 1891 a 19 de fevereiro de 1892, permaneceu o Dr. João Barros Cassal. De 19 de fevereiro de 1892 a 08 de julho de 1892, o Marechal Correia da Câmara, Visconde de Pelotas. De 08 de junho de 1892 a 17 de junho de 1892, permaneceu o General João Nunes da Silva Tavares e, no mesmo dia, assumiu o Dr. Julio de Castilhos que governou o Estado do Rio Grande do Sul até 25 de janeiro de 1898.

            Já em 16 de setembro de 1891, está documentado que foi celebrada a primeira missa no município, na localidade de Nova Treviso, pelo Padre Alexandre Pellegrini, porém em 1880 já tinha vindo um capelão, o Padre Josué Pellegrini, que dava assistência espiritual aos poloneses. Em novembro de 1887 o Padre Alexandre Pellegrini fixou residência entre Castro Alves e Nova Treviso. Contudo, as duas localidades queriam a fixação do Padre Pellegrini que adquiriu uma casinha na Linha Carlos Leopoldo, onde fixou a sua residência. Assim, Nova Roma tinha três casinhas com a do padre.

A primeira missa foi rezada em Nova Roma no dia 06 de janeiro de 1898, e cantada pelo senhor Luiz Pasuch que era maestro, tocava piano e harmônio, e ainda, era professor de música. Logo fez amizade com o padre e assumiu a cantoria da Igreja para organizar e ensinar a cantar missa. Mas no dia 19 de agosto de 1899 o Padre Pellegrini morreu repentinamente. Logo, o senhor Luiz e Angelo Pasuch se prontificaram para levar o Padre Pellegrini para sepultar em Antônio Prado. Assim, a pé, foram levar o cortejo fúnebre com diversos moradores da Linha Carlos Leopoldo via Nova Treviso, por onde estavam impedidos de passar. Os fiéis da Linha Carlos Leopoldo, cientes das ameaças, armaram-se, fazendo-se respeitar e passaram desimpedidamente na localidade. Chegaram a Antônio Prado à meia-noite onde o enterraram.

O senhor Luiz Pasuch, sendo professor de Música, tocava habilmente vários instrumentos como o piano e harmônio. Ensinou o seu único filho, Francisco Pasuch, a também tocar esses instrumentos. Até os últimos anos de vida, comandou a cantoria da Igreja Matriz de Nova Roma do Sul. O senhor Luiz Pasuch viajava para Nova Pádua a cada 15 dias para organizar e ensinar a cantar missa, onde também dava aulas de música. Por sua vez, o senhor Francisco Pasuch, teve dois filhos que também eram hábeis em música, o Senhor Irineu Pasuch, marista e professor de música e o senhor Antonio Pasuch que ainda cantou missa por muito tempo depois de ter completado 60 anos.  

 

         
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